MOÇAMBIQUE: CHUVAS NO CENTRO E NORTE MATAM 84 PESSOAS NUMA SEMANA

Moçambique: Chuvas no centro e norte matam 84 pessoas numa semanaPopular tenta recuperar seus bens no rio Licungo, província da Zambézia




As chuvas torrenciais que têm estado a fustigar as regiões centro e norte de Moçambique causaram a morte 84 pessoas na semana passada, em diversos distritos das províncias afectados, com maior incidência na Zambézia onde o número cumulativo é calculado em 62 casos.




A maioria das vítimas sucumbiu na sequência do arrastamento pelas águas, descargas atmosféricas, desabamento de casas, esta última que deixou milhares sem-abrigo para além de terem perdido todos os seus pertences.

O quadro situacional está contido no sumário das calamidades registadas na presente época, no período compreendido entre 12 a 18 do mês em curso, e as acções realizadas com vista a minorar o drama das famílias afectadas, calculadas em 90.463 sendo a maioria da Zambézia (70.543).

O sumário das calamidades apresentado hoje, em Maputo, na Primeira Sessão do Conselho de Ministros aponta, por outro lado, que seis rodovias estão intransitáveis em diversos pontos da província da Zambézia, devido aos cortes registados nas pontes que estabelecem as ligações.

As chuvas causaram, por outro lado, a destruição parcial de 2.329 casas enquanto 10.186 foram totalmente destruídas e a província da Zambézia é onde maior número de residências foi devorado pela fúria das águas. Das 383 salas de aulas destruídas, 335 são de escolas a nível da província central, situação que espelha a gravidade do problema.

No sentido de pôr cobro a situação dramática, o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) abriu um total 43 centros de acomodação temporária que acolhem 6.328 famílias, total que perfaz um universo de 29.815 pessoas.

Não obstante a abertura de centros de acomodação temporária, o INGC se debate com um elevado número de pessoas em necessidade alimentar calculada em 35.562, cuja dieta poderá perigar em caso de ruptura de reservas das qualidades disponíveis.

O governo inscreveu no Orçamento do Estado 2015 um pacote financeiro no valor de 186 milhões de meticais (cerca de 6,2 milhões de dólares americanos) destinados ao Plano de Contingência 2014/15, aprovado pelo Executivo em Novembro do ano transacto.

No entanto, o Ministério das Finanças desembolsou até ao momento apenas 38 milhões de meticais que serviram essencialmente para a compra de produtos alimentares, operações aéreas e fluviais para o transporte de carga, monitoria, busca e salvamento entre outros.

O plano de emergência esboçado indica uma necessidade de cerca de 120 milhões de meticais para cobrir as operações e assistência humanitária nas regiões centro e norte do país, assim como reforçar as acções na zona sul.

Enquanto isso, a Unidade Nacional de Protecção Civil (UNAPROC), organismo composto por agentes das forças de defesa e segurança, quadros do INGC e da Cruz Vermelha, continua a realizar as suas operações e, para o efeito, tem oito embarcações posicionadas, das quais quatro asseguram a travessia de pessoas e bens na bacia do Licungo em Mocuba.

Em média, a operação garante a travessia diária de 3.000 pessoas e seis toneladas de carga. Na componente aérea, a unidade conta com cinco helicópteros dos quais dois nacionais e três da Força Aérea sul-africana. Os meios nacionais garantem o transporte de carga do sul ao centro e norte, o abastecimento e a monitoria ao longo do Baixo Zambeze.

Os meios aéreos sul-africanos garantem o transporte de medicamentos, alimentos e outros materiais para os distritos da Alta Zambeze, isolados devido a intransitabilidade das rodovias.

(RM/AIM)


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