CAN 2015 UMA TAÇA AFRICANA DAS NAÇÕES PRENHE DE SUSPEITAS

CAN’2015: Uma Taça Africana das Nações prenhe de suspeitasÁrbitro Rajindraparsad Seechurn rodeado pelos jogadores tunisinos/GAVIN BARKER (EFE)
“Em 45 anos de carreira no futebol, nunca tinha visto algo parecido”. Assim se expressou o belga Georges Leekens, seleccionador da Tunísia, depois da sua equipa ser eliminada da Taça de África pela anfitriã Guiné Equatorial, sobre quem pesam suspeitas. E não é para menos. Com o jogo nos minutos derradeiros, o árbitro das Maurícias, Mauricio Rajindraparsad Seechurn, assinalou um penalti inexistente, com o qual a Guiné igualava a eliminatória, obrigando ao prolongamento. Jornalistas, jogadores e adeptos da Tunísia uniram-se na revolta com o desfecho da eliminatória. Seja como for, já se conhecem os outros semifinalistas. Serão República Democrática do Congo, Gana e Costa do Marfim.
Já antes do encontro entre tunisinos e guineenses, o diário Le Temps recordava na sua edição de sábado algumas decisões polémicas a favor da selecção guineense nas partidas da fase de grupos. Depois do inverosímil penalti, as reacções não podiam ser outras. "Terceiromundistas. Isto é uma vergonha. Estava claro que hoje não podiamos ganhar”, denunciava o lateral tunisino Hamza Mathlouthi, citado pela Tunisia Foot, publicação futebolística de referência em Túnis, que no domingo titulava”O árbitro manda a Guiné Equatorial para as semifinais", sugerindo que a partida foi "uma palhaçada".
Assim foi como a Guiné Equatorial — presente na fase final graças à renúncia de Marrocos de organizar o campeonato por temer o virus do Ébola —, alcançou as semifinais pela primeira vez na sua história.
Os semifinalistas por mérito próprio
O centro-campista do Everton Christian Atsu levou o Gana à vitória perante a Guiné-Conakry (3-0) e às suas quintas semifinais consecutivas numa Taça de África. A formação ganesa, quatro vezes campeã do torneio, — a última, na Líbia em 1982 — e outras tantas finalista, se beneficiou da expulsão de Naby Yattara e será o próximo rival da equipa local, a Guiné Equatorial, num encontro previsto para a próxima quinta-feira no Novo Estádio de Malabo.
Por sua vez, a República Democrática do Congo protagonizou uma formidável reviravolta ante os seus vizinhos do Congo (2-4), para regressar, dezassete anos depois, às semifinais da Taça de África. A equipa de Florent Ibengé marcou quatro golos em vinte minutos, dando a volta ao jogo. O Congo, que aspirava disputar as terceiras semifinais da sua história na competição após as de 1972, quando se sagrou campeão, e 1974, aproveitou um bom começo na segunda parte. Os atacantes Ferebory Dore e Thievy Bifouma colocaram o Congo a ganhar por 2-0, dando a entender que já estaria classificada. Tudo mudou com a reacção da República Democrática do Congo, a partir do minuto 66. O jogador do Dínamo de Kiev, Dieumerci Mbokani, encurtou a diferença. E no minuto 75 Jeremy Bokila, empatou a partida. Seis minutos depois, Joel Kimuaki Mpela marcava o terceiro da República Democrática e consumou a remontada, consolidada depois com o golo de Mbokani.
A Costa do Marfim, que continua a manter nomes sonantes como os de Yayá Toure, Gervinho ou Wilfried Bony, viu-se de caras ante um bloco compacto como a Argélia, que no Mundial do Brasil chegou a pôr contra as cordas a Alemanha nos oitavos de final. Os costa-marfinenses começaram ganhando a partida. Contudo, o argelino El Arbi Hillel Soudani conseguiu empatar pouco depois. Viriam então bons minutos para os norte-africanos, mas Wilfried Bony rematou para as redes na cobrança de uma falta sobre Max Gradel e colocou a ganhar a Costa do Marfim. O marcador só se alteraria com um golo tranquilizador de Gervinho.
Semifinais:
Quarta-feira, 4, as 20h00: República Democrática do Congo-Costa do Marfim.
Quinta-feira, 5 as 20h00: Gana-Guiné Equatorial.
Final e terceiro e quarto lugares
A final vai acontecer no domingo, 8, a partir das 21h00. O terceiro e o quarto lugares serão decididos no dia anterior, sábado, 7, as 20h00.

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