NYUSI DISPONÍVEL PARA DIALOGAR COM DHLAKAMA

Nyusi disponível para dialogar com DhlakamaPR deposita uma coroa de flores na cripta da Praça dos Heróis/Foto AIM
O Presidente da República, Filipe Nyusi, reiterou hoje, em Maputo, a sua disponibilidade e prontidão para dialogar com Afonso Dhlakama, o líder da Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique.
Nyusi manifestou este sentimento em conferência de imprensa, durante as cerimónias alusivas ao Dia dos Heróis Moçambicanos, uma efeméride que assinala em todo o território nacional.
As declarações de Nyusi surgem na sequência das ameaças proferidas por Dhlakama nas últimas semanas, de formar aquilo que designa por uma “República Autónoma Centro e Norte”.
“A Renamo vai formar os governos provinciais nas seis províncias (onde afirma ter ganho as eleições) e eu, Afonso Dhlakama, passarei a ser presidente da república do centro e norte de Moçambique', declarou o líder da Renamo, durante um comício realizado em Janeiro último na cidade da Beira, capital da província central de Sofala.
O estadista moçambicano afirma, porém, que estas declarações contrariam o desejo do povo de manter a paz e a unidade nacional.
Para Nyusi, o diálogo é a única arma que o governo tenciona usar contra estas declarações que apenas incitam violência e divisão do país.
“Eu estou pronto, mesmo agora estou preparado, porque o povo tem que ter a certeza que nós vamos viver em paz. Agora mesmo, se houver possibilidade, já dei sinal de prontidão para podermos falar. Só falando é que nos vamos entender. Através da conversa, o diálogo, nós podemos chegar às conclusões sobre o que achamos que é útil para os moçambicanos. Esta é a grande arma que vamos usar, dialogarmos e falarmos entre moçambicanos”, disse o Presidente.
Evocando o seu discurso proferido durante a sua investidura para o cargo de Presidente da República, Nyusi voltou a afirmar que o povo é o seu patrão e, por isso, garantiu uma inclusão na governação, o que significa dar oportunidade a todos na criação da riqueza, bem como na sua distribuição.
Reafirmou que vai trabalhar respeitando a Constituição, porquanto jurou respeitá-la até ao término do seu mandato.
Sobre o Dia dos Heróis, data que também serve para evocar a obra de Eduardo Mondlane, o primeiro Presidente da Frelimo, na altura movimento de libertação, Nyusi aproveitou a oportunidade para convidar todos os moçambicanos a valorizarem o legado dos que tombaram pela causa da nação, respeitando uns aos outros e reflectindo em prol da paz e unidade nacional.
Foi a 3 de Fevereiro de 1969 que foi assassinado Eduardo Mondlane, que também é considerado o arquitecto da unidade nacional.
“Queremos também aproveitar este momento para apelar à paz. Esta paz que nos faz viver e desenvolver Moçambique, a nossa unidade nacional, mas sempre considerando que o nosso país é de todos os moçambicanos e, por isso mesmo, neste momento de reflexão é extremamente importante encontrarmo-nos e estarmos juntos”, disse Nyusi.
O mais alto magistrado da nação falou ainda da necessidade do povo usar este momento para reconhecer e solidarizar-se com as vítimas das cheias e da tragédia de Chitima.
“Portanto, queríamos dedicar este momento de reflexão para podermos dizer que estamos com eles. Nós temos a consciência de que temos que transformar a natureza para que esta não seja o inimigo número um do Homem”, concluiu Nyusi.
(RM/AIM)

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