A decisão foi aprovada nesta quarta-feira no plenário municipal por iniciativa da prefeita Patricia de Lille, da opositora Aliança Democrática (AD), numa votação à qual não participaram os vereadores do ANC, que trataram de boicotar a sessão, informou a emissora de rádio "Jacaranda FM".
O ANC e vários comentaristas da imprensa local criticaram duramente que alguém que dirigiu o regime de segregação racial seja homenageado na África do Sul democrática.
Um grupo de personalidades da cidade, entre os quais está o aliado de Mandela, também Nobel da Paz e activista contra o "apartheid" Desmond Tutu, tinham pedido no ano passado em carta ao consistório que reconhecesse o papel de De Klerk na transição.
Mas o partido no poder rejeitou que o último presidente branco da África do Sul tivesse algum protagonismo na "libertação" do país e o considerou um "acidente da História" que se viu forçado a negociar com o então clandestino ANC.
De Klerk, que aos 79 anos está aposentado da política, mostrou-se "honrado" pela homenagem da Prefeitura da cidade. Ele foi presidente de 1989 a 1994, período durante o qual legalizou os partidos políticos, libertou Mandela da prisão e negociou com o ANC o desmantelamento do "apartheid". Os seus críticos negam que tinha vontade de acabar com o regime.
O AD é o primeiro partido de oposição na África do Sul e é visto por muitos como defensor dos interesses da minoria branca.